A que sabe a lua
"Trata-se de uma fábula que permite perceber a importância da entreajuda entre os animais e, em último caso, entre os homens. A lua surge como o objecto de desejo de todos, motivando a cooperação e a interacção entre diferentes animais, alguns até rivais, que colaboram na missão comum de a alcançar. Além disso, é o desejo comum que apaga e faz esquecer as diferenças, facilitando a união final – «nessa noite os animais dormiram muito juntos». Atendendo ao universo de leitores preferenciais, a narrativa apresenta-se como um simples jogo infantil, uma vez que o movimento da lua no céu durante a noite é metaforizado sob a forma de um “jogo do apanha”. O texto, marcado pelas repetições, promove a participação do leitor-ouvinte no recontar da história e o apoio da imagem ajuda na recriação do texto. Do ponto de vista da organização da intriga, observa-se a presença de um esquema narrativo repetitivo, próximo dos textos orais, repleto de paralelismos, com elementos reforçadores da musicalidade e criadores de ritmos a vários níveis. As imagens apoiam fortemente a componente textual e seguem, com reduzidas variações, o mesmo esquema repetitivo. | Ana Margarida Ramos"( Casa da Leitura)
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